Indefinido!

11-01-2014 22:13
 

Ainda que minha poesia traga amor...
Sofro de solidão!
São tantos os sentimentos a me causarem dor...
Aos poucos morre meu coração!

Ainda que declame versos com alegria...
Chora meu querer!
Padece minha alma em agonia...
Por onde anda você?

Mergulho no brilho da lua...
Busco inspiração!
Por ser a vida, uma verdade crua...
Crio em mim uma doce ilusão!

Sou tudo e nada!
Sentimentos e ressentimentos!
Um abismo na estrada!
Eternidades e momentos!

Sou a brisa da manhã...
O olho do furacão!
Calmaria e afã!
Sou luz e escuridão!

Sou o arco e a flecha!
A espada e o escudo!
Sou a porta, a janela, a fenda e a brecha!
Sou quase nada e um pouco de tudo!

Ainda que minha poesia seja a flor...
Também é o próprio espinho!
Exala ao mundo seu amor...
Repele que não lhe sabe dar carinho!

Sou prisão e liberdade!
O desejo do fruto proibido!
Um pouco de mentira e muito de verdade!
Sou precisamente... indefinido!

Gérson Prado